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07/09/2013

Convite para enterro

Quando se enterra alguém, em minutos, todos, inclusive os inimigos, descobrem:

Era o melhor homem do mundo;
generoso;
honesto;
como vai sobreviver a casa de repouso que ele sustentava?
amigos de todos os lados e até inimigos contam histórias comoventes;
há, mas como foi acontecer uma coisa dessas;
como a família e a empresa, que dependiam dele, vão se virar agora?
a empresa vai fechar?

O prefeito, que fora até desafeto político, aparece relatando centenas de boas ações feitas pelo moribundo em benefício da sociedade.

O secretário da fazenda avisa que se a empresa fechar o PIB da cidade cairá pela metade e 75% da população vai ficar desempregada.

Ao final sai todo mundo de cabeça baixa, dizendo: É verdade, não tinha percebido sua importância.

Esse convite assustador é uma analogia ao que vai acontecer depois da morte da grande maioria das empresas de factoring, se passar a MP, que segundo se noticia, está na mesa da presidente da República para ser assinada. Se isso ocorrer vamos, certamente, nos irmanar no enterro das nossas empresas, quando nossos clientes e seus funcionários aparecerão relatando as boas ações que fizemos e muitas questões vão surgir:

sem a factoring, como vamos pagar a folha na sexta-feira?
sem a factoring, como vou poder bancar aquele fornecimento que já está contratado?
corro o risco de fechar também!
vendia a prazo contando com o capital e a presteza da factoring!
só eles me entendiam!
meu Deus, como era bom ...
e agora, quem vou procurar para resolver meus problemas?
isso tudo só depois, por que só se descobre que algo é bom quando se sente a falta.

Na minha opinião, essa MP é o castigo que deriva de insistência de lideranças do próprio setor, na ilusão de que uma lei específica nos livraria de prejuízos decorrentes do preconceito por parte de alguns julgadores, resultando no paradoxo que se apresenta.

Ainda que a situação tenha sido provocada pelo setor, existe um exagero no texto da MP, pois o que sempre se pediu foi uma lei que desse trânsito à atividade e não uma indevida regulação, que é o mesmo que usar bazuca para matar passarinhos.

Conclamo a todos os lideres do setor que se unam e se doem em defesa da classe, deixando de lado as divergências e anseios pessoais, pois é, sem sombra de dúvida, necessário procurar imediatamente o poder executivo para esclarecer esse ledo engano, que só vai se tornar visível para o governo depois dos efeitos da MP.

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